Compulsão

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Autor:

Alessandra Ritondaro

Feliz aquele que nunca teve e nunca terá! Mas, infelizmente, a verdade é que dificilmente passamos pela vida sem conhecer esta emoção. Principalmente considerando o contingente de pessoas emocionais que vivem na Terra: 80%. Ou seja, mais de cinco bilhões de pessoas que, na maioria das vezes, agem por impulso e apenas reagem ao ambiente. Junte-se a isso uma das definições da palavra compulsão e temos uma visão bem clara do que estamos falando: compulsão é a necessidade patológica de agir segundo um impulso, é um comportamento repetitivo em resposta a uma obsessão.

O compulsivo apresenta algumas características: ansiedade, repetição, ausência de controle, intensificação ao extremo e conflito entre o prazer da satisfação momentânea e o arrependimento posterior: comer vários chocolates agora e, em seguida, ter que lidar com a frustração dos quilos a mais? Comprar mais um sapato neste momento e se arrepender logo em seguida?

O ser humano está se tornando cada vez mais compulsivo na busca da “felicidade”. Entre a década de 1960 e o ano 2000, a população do planeta dobrou e neste mesmo período o consumo quadruplicou. Nós precisamos rever as nossas compulsões: quando nos alimentamos, temos satisfação, mas quando comemos muito mais do que precisamos, certamente ficamos insatisfeitos no longo prazo.

Também é essencial abordar a questão do ponto de vista espiritual. Evoluir espiritualmente é rever as nossas atitudes, é mudar os nossos comportamentos automatizados, é buscar algo que vai muito além do prazer do próprio ego, é ter coragem de mudar. Ao agir de forma compulsiva, estamos buscando o prazer imediato, atraímos assédios espirituais e entramos em um círculo vicioso, do qual só podemos sair com conhecimento, determinação e muita força de vontade.

Quer mais uma razão para rever um comportamento compulsivo? Hoje nós consumimos 30% a mais do que a Terra é capaz de renovar. Portanto, além de todo o aspecto emocional e espiritual, ao consumir de forma consciente – o que é exatamente o contrário da compulsão – estamos praticando um ato cidadão, pois certamente vamos contribuir com um mundo muito melhor. Sem dúvida, vale a pena refletir: qual é o legado que você quer deixar?

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