Rotinas x Construções

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Autor:

Pamella Ribeiro Cabral

Você já parou pra pensar o quanto cada um de nós lida com a rotina como algo a ser levado e que pequenos comportamentos são internamente aceitos como desimportantes?


Pois bem caro leitor, nossa conversa de hoje é pra falar que essa emoção esconde comportamentos que comumente não queremos entrar em contato e que acabam constituindo a nossa vida …

Se a vida é feita de instantes cada um deles importa e muito. Nossa tendência é a de cumprir horários e rotinas sem dar a essas o sentido claro da construção da nossa vida, o que torna muitas vezes nossa história um amontoado de anos com muitas repetições e poucas construções.

Nossa vida é coisa séria, é a nossa oportunidade de sabermos mais sobre nós mesmos e mudarmos tudo o que viemos construindo ao longo de nossa história reencarnatória. Estamos no século XXI, e mesmo com mais acesso a informação, tecnologias e outras facilidades, podemos notar sem grande esforço que este mundo está muito desorganizado. Passamos por um momento de epidemia que mesmo frente a fragilidade humana, não fomos poupados de assistir governantes em disputas por pequenos poderes, prestes a defender e guerrear em nome da paz, a paz que jamais será construída pela guerra.

Significa que o verdadeiro crescimento nada tem a ver com as tecnologias e compreensões humanas, certamente essas ajudam a ampliar a forma como significamos o mundo, desmistificando muitas coisas antes não entendidas, mas crescer é uma ato interno e de expansão do coração. É o segredo particular de cada um de nós de sentir e trocar com tudo que nos cerca, e que por si só deixa a vida viva.

Mas voltando as nossas escolhas … A mente pré-formatada tem um horizonte curto, portanto um limite, e a cada dia podemos nos questionar qual a vida que estou levando? O que estou somando neste mundo e na vida das pessoas que me cercam? O que estou somando pra mim mesmo? Perguntas simples mas importantes e que nem sempre são facilmente respondidas, tamanho nosso distanciamento de nós mesmos.

Comecei falando que as coisas simples são sérias, pois bem, vamos a algumas situações facilmente vistas em nosso cotidiano. A procrastinação ao acordar parece algo comum e aceito, mas quando cometemos este simples ato estamos dizendo em outras palavras, “vida, não quero acordar, não quero entrar em contato com tudo o que preciso fazer…”, e muitas vezes este peso leva boa parte do dia para ser dissipado. Pergunte a si mesmo depois de acordar, “de quanto tempo preciso para sentir-me realmente desperto, dentro da minha melhor percepção e relação com as coisas que farei?”

A questão é exatamente essa, as coisas simples parecem detalhes desimportantes e quando questionados logo encontramos uma resposta pronta dentro de nós. Muitos podem responder a essa pergunta “puxa mas isso é normal, acabei de acordar, isso é como cada um funciona” etc… As respostas podem ser várias e isso não é uma questão de certo ou errado, mas do que nos parece coerente de fato. Então devo fazer uma outra pergunta, você já acordou com algo que desejava muito fazer e assim que abriu os olhos levantou com ânimo suficiente para não sentir esse “peso” da vida? Muito provavelmente sim e é neste ponto que quero chegar, já que consideramos que podemos acordar com essa clareza e vontade de realizar sempre.

O assunto envolve mais questões do que poderia abordar aqui, afinal de contas, como viver um estado de clareza e retidão sem cair nas emoções eufóricas que nos levam para os altos e baixos da vida? Vamos deixar isso pra outro momento e também recomendo que para essa questão você busque saber um pouco mais sobre “sentimento” e “emoção”, uma visão que o Moisés Esagüi tem compartilhado conosco e que traz uma profunda reflexão sobre o nosso comportamento. Na verdade, deixarei o link de um vídeo para os interessados, mas temos muito mais materiais sobre o tema.

Por ora, gostaria de deixar essa reflexão: as pequenas escolhas da nossa vida constroem a nossa história. As repetições sem sentido devem ser revistas para construirmos um sentido claro. Não reencarnamos para viver as possibilidades do plano material, reencarnamos para evoluir, somando novos aprendizados naquilo que somos sem as dependências das repetições e prazeres.

Afinal de contas, não podemos olhar pra nossa vida e dizer “eu nasci, cresci, procriei e morri”. O sentido da vida é o crescimento e os roteiros podem ser os mais diversos pra isso. Ainda assim, a vida também é feita de rotinas mas nem todas as rotinas são repetições. Repetimos o que não sentimos, seguindo apenas o que aprendemos a fazer. Mas estou certa que a cada instante podemos mudar o rumo que tomamos e reconstruir o que somos. As rotinas podem ser construções se soubermos direcionar a nossa vida com um firme propósito e sentido.

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