Existem dois tipos de trabalho assistencial espiritual: um é de esclarecimento e o outro, de consolação. No trabalho espiritual de esclarecimento, leva-se para as pessoas o conhecimento vinculado à verdade, o caminho da luz. A consolação é paliativa, utilizada para acalmar as pessoas e não tem nenhum compromisso com a verdade. Mas a consolação pode ser muito útil, pois ajuda a pessoa a retomar a vida, se revitalizar e seguir em frente.
Normalmente, as pessoas não querem ouvir a verdade, pois estão mais predispostas a lenitivos. Porém, a consolação não leva à evolução espiritual. Ela nos leva a caminhos da espiritualidade emotiva, a não encarar a realidade, a protelar as atitudes e continuar cometendo os mesmos erros. As pessoas, em geral, procuram a cura no outro, querem transferir as responsabilidades.
O âmbito do esclarecimento é o de mudar a própria vida. É o âmbito do amor, da expressão da verdade. Mentira não é amor. O esclarecimento nos ajuda a potencializar a evolução, mas é mais difícil de aceitar. Quem quer ser melhor como consciência tem que trabalhar por esse crescimento. Temos que evoluir por conta própria, esta é uma tarefa individual. Somos herdeiros de tudo o que fazemos.
Para evoluir, a pessoa tem que deixar de ser criança, abandonar os processos consolativos e rever toda a sua estrutura como consciência. Primeiro, rever a si mesmo, depois, rever o grupo carma, e, em seguida, rever a comunidade na qual está inserida. Quem tem conflitos internos e dificuldades para lidar com os próprios processos emocionais, não conseguirá ajudar as outras pessoas. Evoluir é sair do âmbito do ego e partir para a universalidade. Para isso, é preciso se auto enfrentar e buscar o esclarecimento. Isso causa sofrimento, pois vamos ouvir muitas coisas que não queremos e teremos que rever. Porém, precisamos aprender a lidar com tudo o que somos realmente.
É essencial ter aceitação para ouvir as verdades sobre si mesmo sem levar para o emocionalismo, sem pensar que o outro está falando para te ofender. Só conseguimos evoluir como consciência quando aceitamos os nossos defeitos e corrigimos todas as nossas falhas, sem conveniências. Esse é o caminho do crescimento.